SUSCETIBILIDADE IN VITRO DE AGENTES DA CROMOBLASTOMICOSE À PILOCARPINA E A SUA COMBINAÇÃO COM ANTIFÚNGICOS
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2021-01-21
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
A Cromoblastomicose (CBM) é definida como uma infecção fúngica subcutânea
resultante da implantação traumática de fungos negros. A eficácia da terapia para a
CBM está relacionada à gravidade e ao tempo de evolução da doença, ao agente
etiológico e às complicações do paciente. É considerada, por isso, uma micose de
difícil tratamento e apresenta grande índice de recidivas. Nesse sentido, a combinação
de fármacos e o reposicionamento são úteis e podem contribuir para o tratamento. O
uso de plantas medicinais é uma prática realizada desde os primórdios da civilização
e hoje vem sendo uma grande aliada para a medicina moderna. Uma das substâncias
de destaque encontradas nas plantas são os alcaloides, os quais estão presentes em
grande quantidade no Pilocarpus microphyllus, popularmente conhecido como
Jaborandi. Dentre estes alcaloides, a pilocarpina é empregada na clínica há muitos
anos no tratamento do glaucoma e em casos de xerostomia. Pelo fato desse composto
possuir um grupamento funcional semelhante ao dos fármacos antifúngicos azólicos,
essa substância pode apresentar efeito antifúngico. Visto que a pilocarpina foi
estudada anteriormente e apresentou ação contra outros fungos, é esperado que ela
demonstre atividade antifúngica contra os agentes da CBM. Assim, o objetivo deste
estudo foi avaliar a atividade antifúngica in vitro da pilocarpina, bem como combinada
com antifúngicos disponíveis no mercado (itraconazol, posaconazol, terbinafina e
anfotericina B) frente a agentes da cromoblastomicose. O teste de susceptibilidade
fúngica foi realizado por meio da técnica de microdiluição em caldo preconizada pelo
documento M38-A2 do Clinical and Laboratory Standards Institute. A interação entre
a pilocarpina e os antifúngicos foi avaliado pelo método de tabuleiro de xadrez. Para
determinar o tipo de interação entre os fármacos, o Índice Fracionário de
Concentração Inibitória foi obtido. A pilocarpina não foi capaz de inibir os fungos (n =
14) na faixa de concentração testada (CIM > 256µg/mL). Entretanto, as combinações
terbinafina/pilocarpina e posaconazol/ pilocarpina demonstram sinergismo contra oito
dos quatorze isolados testados. As combinações itraconazol/pilocarpina e
anfotericina/pilocarpina foram sinérgicas para apenas seis e cinco dos quatorze
isolados, respectivamente. Não houve antagonismo entre as interações avaliadas.
Com base nos resultados apresentados, pode-se concluir que as melhores
combinações foram entre a pilocarpina e os antifúngicos terbinafina e posaconazol,
as quais obtiveram os melhores resultados, o que pode ser promissor para o
tratamento da cromoblastomicose.
ABSTRACT
Chromoblastomycosis (CBM) is defined as a subcutaneous fungal infection caused by
the traumatic implantation of black fungi. The effectiveness of CBM therapy is related
to the severity and duration of the disease, etiologic agent, and patient complications.
Therefore, it is considered a difficult-to-treat mycosis and presents a high rate of
relapses. In this sense, the combination and repositioning of drugs are useful and can
contribute to treatment. The use of medicinal plants has been a practice carried out
since the beginnings of civilization and today it has been a great ally for modern
medicine. One of the prominent substances found in plants are alkaloids, which are
present in great quantities in Pilocarpus microphyllus, popularly known as Jaborandi.
Among these alkaloids, pilocarpine has been used in the clinic for many years in the
treatment of glaucoma and in cases of xerostomia. By the fact that this compound has
a functional group similar to that of azole antifungal drugs, this substance may come
up with an antifungal effect. Since pilocarpine has been previously studied and has
shown action against other fungi, it is expected to demonstrate antifungal activity
against CBM agents. Thus, the aim of this study was to evaluate the in vitro antifungal
activity of pilocarpine alone and combined with commercially available antifungals
(itraconazole, posaconazole, terbinafine and amphotericin B) against CBM agents.
The antifungal susceptibility tests were performed using the broth microdilution
technique recommended by the M38-A2 protocol of the Clinical and Laboratory
Standards Institute. The interaction between pilocarpine and antifungals was evaluated
using the chessboard method. To determine the type of interaction between the drugs,
the Fractional Inhibitory Concentration Index was calculated. Pilocarpine did not inhibit
the fungi (n = 14) in the tested concentration range (MIC > 256 µg / mL). However, the
terbinafine/pilocarpine and posaconazole/pilocarpine combinations demonstrated
synergism against eight of the fourteen tested isolates. The itraconazole/pilocarpine
and amphotericin/pilocarpine combinations were synergistic for only six and five out of
fourteen isolates, respectively. There was no antagonism between the evaluated
interactions. Based on these results, it can be concluded that the better combinations
were between pilocarpine and the antifungals terbinafine and posaconazole, which can
be promising for the treatment of CBM.
Descrição
Orientadora: Profa. Dra. Tatiane Caroline Daboit - UFDPar
Examinadora interna: Profa. Dra. Leiz Maria Costa Veras
Examinadora interna: Profa. Dra. Alyne Rodrigues de Araujo